Acredito que na sociedade ocidental, ninguém quer morrer – ou pelo menos, a ideia da morte é adiada por achar que a nossa vida precisa ser experimentada e vivenciada ao máximo.
O desejo de viver é o que nos leva a pensar que seremos eternos, que nunca morreremos e que sempre seremos jovens. Além disso, nos permite sonhar, planejar, curtir, amar e procurar o bem de todos. Viver é um dom de Deus, e a eternidade está no nosso coração como algo inato, próprio do ser humano (Eclesiastes 3.11). Amar a vida é uma característica que nos torna desejosos de mudar, de conquistar, de aceitar desafios.
O desejo de viver é a garantia de que estamos vivos.
O dom da vida é um presente de Deus para nós, se respiramos e pensamos é pela manifestação da Sua Graça sobre nós. Não podemos esquecer que o Pai teve o prazer de criar o homem como uma manifestação do Seu Amor, e que um dos seus desejos era que essa criatura se relacionasse com Ele num ambiente de amor e comunhão plena, uma extensão do relacionamento que a Trindade tem em si mesma.
O pecado trouxe essa separação. Embora ainda vivo, o homem morreu no seu relacionamento com Deus, o que trouxe o afastamento do homem no seu relacionamento com o seu Criador. A consequência disso vemos quando a humanidade começou a se tornar egoísta e a desprezar o próximo. Manifestar o pecado que estava no coração destruindo a criação, e ofendendo ao Deus que o criou e amou.
Cristo veio para restabelecer essa comunhão, e é claro que essa restauração foi profunda e eterna: expiação, redenção, justificação, regeneração, santificação e vida eterna. Tudo para que o homem possa voltar a ter um relacionamento com o Pai, e para viver a vida do jeito que foi planejado pelo Criador.
Por isso, Paulo, na carta aos Romanos, escreveu: “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor. Porque foi para isto mesmo que Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.” (Rom 14:7-9)
Desde sempre, vivemos porque Deus nos deu a vida, e hoje, salvos pela Sua graça, vivemos porque Cristo morreu na cruz e ressuscitou dentre os mortos para nos ressuscitar numa novidade de vida.
Quando minha esposa foi curada do câncer, ela me falou que, assim como Deus tinha dado para ela mais uma chance para viver, e ver seu filho crescer (naquela época tínhamos somente um), ela também entendia que Deus nos dava uma nova oportunidade para seguir vivendo juntos, e servi-lo com mais força do que ontem. E isso fortaleceu nossa vocação de serviço ao Senhor que nos concede o privilégio da vida!
Viva para Deus, viva para Glória de Deus. Não se importa pelas opiniões dos outros. Se importe por aquilo que o Dador da Vida estará falando de você na Eternidade!
Que Deus abençoe você
Roberto José Arias Quintero – Pastor000