Em tempos de crise, qualquer deslize pode significar a perda definitiva de uma oportunidade de emprego, por isso, é importante que evite se posicionar com algumas frases e também entenda, que o fundamental é evitar o comportamento que essas frases expressam.
“Desculpa, mas é que sou muito ansioso.”
É impressionante a quantidade de vezes que ouvimos este tipo de afirmação nos dias atuais. Todos estão munidos de um senso de urgência incrível e de alguma forma, agem contribuindo para que esse comportamento se alimente dele mesmo. Afinal, ansiedade gera ansiedade, além é claro, de também gerar outras coisas tão negativas quando ela. Na aflição de achar que não vai dar tempo, muitos estão sendo superficiais em suas escolhas, improvisando na maioria do tempo e cometendo falhas pela simples falta de visão estratégica.
Descrever-se como “ansioso” demonstra uma preocupação em justificar possíveis falhas e equívocos durante a entrevista e que, certamente surgirão, caso você seja contratado.
“Quero trabalhar em uma empresa em que eu possa crescer”
Claro que durante a entrevista devemos expor nossas expectativas, mas saiba que o entrevistador não está interessado nelas prioritariamente. Quando pergunta sobre o tema, na verdade está querendo avaliar quanto de responsabilidade pela própria carreira o candidato estará colocando na conta da empresa.
Expor a expectativa de que tem ambições profissionais pode parecer correto, mas só se você tem total consciência de que a responsabilidade é exclusivamente sua e não do local onde pretende trabalhar.
“Eu não gostava do que fazia no meu último emprego”
Realmente fazer o que gosta é uma boa meta pessoal, mas é preciso lembrar que mesmo a mais interessante atividade, tem momentos que não são tão bacanas. Na verdade, devemos lidar com as frustrações em qualquer atividade que nos envolvemos. Quando falamos negativamente sobre o último trabalho, levamos o entrevistador a buscar detalhes sobre “o que não se gostava no último emprego”, pois é bem provável que na nova oportunidade, o candidato irá encontrar situações equivalentes e isso se repetirá.
Deixar a impressão de que está buscando apenas fazer o que gosta demonstra imaturidade e fragilidade profissional.
“Sou focado em resultados quando me dão desafios”
Quando estamos “vendendo” nossas competências, podemos não perceber que exageros sempre são recebidos com desconfiança por quem está entrevistando.
Vincular resultados a desafios e não a realizações é um equívoco muito comum, mas demonstra que pretende transferir a responsabilidade dos acontecimentos para a empresa, uma vez que ficará sempre a dúvida se você trará resultados se não houver desafios, mas sim, apenas as tarefas rotineiras da vaga.
“Eu nunca fui reconhecido”
Reconhecimento é um desejo de todo profissional, contudo ele se manifesta de formas diferentes durante as diferentes etapas de nossa vida. Há momentos em que o reconhecimento é financeiro, mas essa não é a única forma, pois somos estimulados também por desafios e pelas possibilidades de recompensas indiretas como prestígio, conquistas e realizações.
Justificar escolhas por falta de reconhecimento é como admitir-se como alguém sem propósito e que só se motiva se houver recompensas. Na verdade, todo resultado que alcançamos com nossas escolhas é uma forma de reconhecimento.
Se não foi de acordo com nossas expectativas, devemos aprender e fazer escolhas diferentes.
“Meu maior defeito e ser muito perfeccionista”
O erro é grave, pois ao de associar “perfeição” e “defeito” em uma mesma frase, o candidato demonstra falsidade ideológica ou ignorância intelectual, o que já seria suficiente para fazer o entrevistador desconfiar da confiabilidade do candidato. Além disso, consegue indiretamente dizer que é detalhista de forma negativa, o que sempre deixa margem para desconfiar que o candidato “perfeccionista” é na verdade um chato resistente e intolerante.
Sidnei Oliveira: Presidente na Escola de Mentores, colaborou com o Cada Dia cedendo o artigo