A resposta parece óbvia. Mas não é. Pesquisas mostram que um dos principais materiais desenvolvidos pelo homem tem sido uma via de mão dupla, com grande impacto no meio ambiente
De acordo com uma pesquisa publicada pela Science Advances, em 2017, o mundo produziu 8,3 bilhões de toneladas de material plástico em 65 anos e reciclou apenas 9%. Por ano são mais de 100 bilhões de garrafas descartáveis! Mas o pior é que, embora a maioria delas, usada para refrigerantes e água, seja feita de tereftalato de polietileno (Pet), altamente reaproveitável, as seis principais empresas de bebidas no mundo usam apenas 6,6% desse material de forma reciclada.
Entenda mais sobre essas consequências para o planeta e descubra como a sua contribuição pode ajudar a mudar esse cenário para todas as espécies. Apesar de a cultura sustentável ainda não ser prioridade para a maior parte da população brasileira, aos educadores, formadores de opinião e à população em geral cabe pensar numa grande aula da vida que promova esse aprendizado de preservação do ecossistema.
E, sem sombra de dúvida, a escola continua sendo esse laboratório que visa fomentar continuamente a consciência ecológica no humano, a fim de se ensinar a importância da preservação, para que as gerações futuras não sofram com a destruição ambiental. Por isso, a contínua necessidade de estimular o sentimento de responsabilidade social nos alunos, com o propósito de que sejam autossuficientes. Mas ser autossustentável requer importantes requisitos, como ser economicamente possível, socialmente justo, culturalmente aceito e ecologicamente correto.
Canudo de plástico: o primeiro vilão do meio ambiente a ser combatido
Quem não lembra do vídeo que viralizou em 2015, mostrando uma tartaruga-marinha sofrendo enquanto um biólogo tentava retirar um canudo preso na sua cabeça? Além de causar danos físicos a animais, o plástico, quando nos oceanos, pode liberar elementos químicos cancerígenos e ocasionar distúrbios hormonais.
Sabemos que o plástico traz diversas consequências ambientais e que o canudo feito desse material é um item que está presente no cotidiano de pessoas do mundo todo, precisando por isso ser combatido. Só nos Estados Unidos, mais de 500 milhões de unidades são utilizadas diariamente, de acordo com uma pesquisa do governo.
O Fórum Econômico Mundial relata a existência de 150 milhões de toneladas métricas de plásticos nos oceanos. Caso o consumo siga no mesmo ritmo de hoje, cientistas preveem que haverá mais desse material do que peixes nos oceanos até 2050.
Mas agora a pergunta que não quer calar: o que podemos fazer para reduzir esse impacto no meio ambiente? No Brasil, a cidade do Rio de Janeiro foi a primeira a transformar a guerra contra o plástico em legislação. Desde que a “Lei do Canudinho” foi sancionada, no início de julho, bares, restaurantes e quiosques são obrigados a oferecer os feitos de papel. A punição para quem não seguir a determinação pode chegar a multas de R$ 6 mil. Outras cidades brasileiras, como São Paulo, discutem a possibilidade de estabelecer o mesmo tipo de regra.
Algumas cidades dos Estados Unidos também já passaram a adotar restrições como essa.
É o caso de Seattle, que em julho começou a proibir o uso de utensílios feitos com a resina obtida a partir do petróleo em restaurantes, cafés e lojas de alimentação. Quem descumprir a regra vai pagar multas a partir de US$ 250.
Para quem oferece canudos a seus clientes, o caminho tem sido trocar o plástico por outras matérias-primas. Nas últimas semanas, grandes grupos como Starbucks, McDonald’s, American Airlines, Disney e Marriott anunciaram que já começaram a fazer a transição para outros materiais e pretendem abandonar a resina definitivamente nos próximos anos.
Além do canudo de papel, existem diversas opções que já estão sendo comercializadas, como é o caso dos feitos de bambu, de inox e de vidro. Alguns vêm com escovinha para limpeza e até capinha para embalar. Ótimo para levar na bolsa ou na mochila.
Título original: Plástico ou vilão? Revista APPAI, 15 de outubro. de 2018