E um deles, que era mestre da Lei, querendo conseguir alguma prova contra Jesus, perguntou: — Mestre, qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei? Jesus respondeu: — “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente.” Este é o maior mandamento e o mais importante. E o segundo mais importante é parecido com o primeiro: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” (Mateus 22: 35-39)
Eu vivo em uma casa geminada, e novo inquilino mudou recentemente para casa ao lado. Ainda pouca coisa eu sei sobre eles, mas uma eu já percebi: eles têm um relacionamento extremamente próximo com seus alto-falantes de graves. Se você já teve vizinhos com um sistema de som potente, você vai saber por que estou frustrado. Enquanto outras ondas sonoras batem ou são absorvidas pelos objetos ao seu redor, o som grave viaja através deles. Eu não consigo ouvir as palavras da canção, mas sinto o chão vibrar fazendo o meu coração disparar com o som. É o tipo de som que mesmo tampões de ouvidos não podem abafar, o que é especialmente irritante às 01h da manhã.
Situações como essas me tentam deixar de lado todo sermão que eu ouvi sobre a paciência, mansidão e autocontrole e começar a bater na parede com um cabo de vassoura. Mas isso é completamente antitético ao que Cristo exige. A mensagem de Jesus “amarás o teu próximo como a ti mesmo” é um verso que muitas vezes é jogado lá fora, sem nenhuma reflexão. No entanto, eu estou começando a perceber que há grandes implicações no mandamento cristão de amar alguém do jeito que eu me amo.
Como eu me amo? Bem, para começar, eu estou sempre pensando em mim mesmo. Eu penso sobre o que eu vou comer no café da manhã, o que eu preciso fazer no trabalho, o que eu preciso para comprar no mercado. Eu também amo a mim mesmo fazendo aquilo que eu mais gosto que é ler e escrever. Eu gosto de programar meu dia em torno das coisas que eu quero ou preciso realizar. Basicamente, os meus pensamentos e meus dias estão centradas em mim.
Então, quando Jesus nos diz para amar o próximo como amamos a nós mesmos, isso é uma ordem que precisa ser cumprida, embora não tenhamos facilidade para isso. Ele está dizendo que precisamos pensar nos outros, tanto quanto nós pensamos em nós mesmos. Significa que devemos lembrar das necessidades dos outros como nos lembramos das nossas. Significa buscar a felicidade, a bondade, a paz, a segurança dos outros, tanto quanto buscamos para nossas próprias vidas.
Como podemos fazer isso, especialmente àqueles que nos incomodam, nos machucam, ou talvez até mesmo nos perseguem? Quando eu penso sobre amar meus vizinhos, lembro-me do sacrifício que Cristo teve na cruz por nós. Não significam sacrifícios para quem eu amo somente, mas para com todos. O segredo para estar apto a fazer esse sacrifício é amar a Deus com todo o coração. Este é o primeiro mandamento. Quando eu concentrar todo o meu amor para com Deus, ele toma meu coração egoísta e o transforma em um coração capaz de amar os outros. O amor de Cristo é suficiente para nos fazer derramar amor altruísta para com os outros, até mesmo com aqueles vizinhos inconvenientes.
O amor altruísta não é algo que eu aprendo a exercitar sozinho. Eu preciso da ajuda de Cristo. Preciso entender os propósitos de Deus. Quem sabe Deus tem usado meus vizinhos barulhentos para condenar meu coração egoísta, para me mostrar o quanto melhor eu posso se colocar a felicidade e a paz dos outros acima do meu próprio interesse. Eu sei que não vai ser fácil para começar a amar as pessoas, tanto quanto eu me amo, mas eu sei que o primeiro passo é amar a Deus acima de tudo.
Você ama os outros como você ama a si mesmo? Sem amar a Deus em primeiro lugar, isso é impossível de acontecer. Se há alguém em sua vida que você está lutando para amar, peça a Deus para ajudá-lo a perseverar no amor e amá-Lo melhor também.
Elbem Cesar – É Contador Internacional, pela Universidade de Brasília, possui um blog de devocionais -www.elbemcesar.com, é amigo e colaborador do Cada Dia.