O sexo feminino tem uma superioridade incontestável: é o poder de gerar. Não é à toa, portanto, que a natureza tenha certa preferência por elas.
A protegida – Vários fatores indicam que a natureza tem preferência pelo sexo feminino. Por exemplo: é raro uma mulher, antes dos 50 anos ter infarto e diabetes, enquanto os dois distúrbios aparecem com mais facilidade para os homens a partir dos 35 anos. A maioria dos fetos dos abortos espontâneos é do sexo masculino. Além disso, a chance de um bebê prematuro de baixo peso sobreviver é muito maior se for menina. Não é por acaso. A mulher detém exclusividade na reprodução da espécie, daí a razão de ser tão protegida e valorizada pela natureza.
Esse poder, porém, não é eterno. Por volta dos 50 anos, chega a menopausa, encerrando o ciclo de reprodutivo. A partir daí, a mulher fica mais vulnerável às doenças devido à falta do estrogênio, o hormônio feminino, um elixir biológico natural. Mas hoje elas têm à disposição a reposição hormonal, que, indicada e administrada pelo médico, têm ação preventiva contra os reveses do tempo.
Espelho, espelho meu – Ser mãe pode ser a melhor coisa do mundo, só que a natureza cobra da mulher um preço bastante alto pela maternidade. Quanto maior o número de filhos, mais precoce é o seu envelhecimento. Para se ter ideia, a mulher leva cerca de seis anos para recuperar os “prejuízos” de cada gestação. Junto com o crescimento da família, aumentam as preocupações e o stress, fatores que também influenciam o avançar da idade no espelho.
A mulher nasce com todos os óvulos – cerca de 400 mil –, consumindo mensalmente entre 500 e 1.000 deles. Todo mês, apenas um único óvulo amadurece durante a ovulação. Caso a mulher decida manter relações sexuais no período fértil, ele será disputado por aproximadamente 600 milhões de espermatozóides expelidos pelo homem em cada uma das ejaculações. Do nascimento da menina à chegada da menopausa, o estoque de óvulos vai diminuindo ao longo da vida.
…Menino ou menina? A preferência por filhos homens faz parte da cultura de alguns países. Quem determina o sexo da criança é o homem. Para quem ainda não sabe, o homem possui um par de cromossomos sexuais, no qual um deles é muito maior que o outro. O maior é o cromossomo X, enquanto o outro é o cromossomo Y. No núcleo das células femininas, há um par de cromossomos X e não há cromossomo Y. Portanto…
Um novo olhar da beleza – Será que vale a pena gastar tanto tempo e dinheiro em tratamentos de beleza? Chapinha hoje, botox amanhã, maquiagem todo dia. Se a pretensão desse investimento é seduzir os homens, é melhor atacar outra área. Tal qual os glu- tões das cavernas, os homens contemporâneos são fascinados pelos quadris femininos, que, consciente ou inconsciente, remetem à idéia de mulher saudável para ter filhos. E aí quem presta atenção na falta de rugas e no cabelo impecável?
Eliano Pellini, ginecologista e obstetra
Revista Cop