A renda é extra, mas, para muita gente, o décimo terceiro salário já chega ao banco comprometido. Saldar dívidas contraídas durante o ano, investir num bom pacote de férias ou nas compras do Natal? Atitudes econômicas podem fazer a diferença no orçamento para o próximo ano, alerta especialista.
Por atitude econômica entenda-se cautela. É necessário planejar o que fazer, independentemente da faixa salarial. Para o professor de Economia da FAE Business School Luis Antonik, os riscos de contrair dívidas são grandes. Sem contar que, em muitos casos, já existem dívidas pendentes.
O primeiro passo para uma utilização segura do décimo terceiro, diz Luis Antonik, é fazer um levantamento do que há a pagar e a receber e estabelecer prioridades. Quem tiver dívidas com cartões de crédito ou financiamentos especiais precisa quitá-las imediatamente porque os juros são elevadíssimos, ressalta.
Quitadas as dívidas, aí sim, é possível pensar em novas aquisições. Para o especialista, a tendência é que as pessoas saiam fazendo compras indiscriminadamente e não pensem no próximo ano. A maioria gasta o dinheiro e acumula dívidas. Isso é um erro. As pessoas devem pegar o décimo terceiro e aplicar em investimentos, pensando em viagens ou no orçamento futuro, pondera.
A pensionista Dilza Avelar Barroso, 65, que já viu muitas amigas se endividarem e não quer passar pelo mesmo constrangimento, segue à risca a cartilha da ponderação. Sou muito econômica e vou aproveitar parte do dinheiro para a ceia de Natal e presentes. Só vai dar para comprar lembranças. O importante é não se esquecer de ninguém. E com o restante quitarei todas as contas, diz ela.
Antonik prevê um crescimento de 10% nas vendas de Natal em relação ao ano passado. As vendas têm crescido um pouco mais que os níveis de inflação. O comércio deve vender mais esse ano. O dólar em baixa e as facilidades de parcelamento tornam, de fato, mais difícil resistir à tentação de bancar o Papai Noel.
A sugestão de Antonik para dezembro é o tesouro direto. Para o pequeno investidor, o ideal é pegar um pedacinho de vinte a trinta por cento e aplicar no Tesouro Direto. Para quem pensar em outras aplicações, acho importante atentar as altas taxas dos bancos, por vezes superiores a 1,5% ao mês, afirma.
Rodrigo Amorim
Jornalista