• O que é disfunção erétil?
A disfunção erétil, também conhecida como impotência sexual, é um distúrbio caracterizado pela dificuldade de se conseguir obter ou manter, de maneira constante, uma ereção peniana forte suficiente para penetração vaginal. Ocorre em 10 a 50% da população. É um problema que pode ocorrer em homens de todas as idades: jovens, meia idade e idosos. Nestes, o problema é mais comum, porém não significa que a disfunção erétil seja uma conseqüência natural do envelhecimento. O aumento de freqüência da disfunção erétil que se observa nos idosos é decorrente da concomitância de outras doenças, que são, também, mais freqüentes nesta faixa etária. Homens idosos com boa saúde podem ter ereções normais. A disfunção erétil pode estar acompanhada de outros distúrbios de sexualidade como a ejaculação precoce e a falta de desejo sexual (perda da libido).
• Como ocorre uma ereção?
O pênis é composto por três cilindros: dois corpos cavernosos, formados por uma estrutura de vasos sanguíneos revestidos por músculos lisos, dentro de uma túnica elástica (túnica albugínea) e um corpo esponjoso que contém a uretra e a glande (cabeça do pênis). A ereção peniana é um fenômeno neurológico-vascular controlada basicamente pelo sistema nervoso autônomo; o sistema parassimpático é responsável pela ereção, geralmente precedido por um estímulo sexual, e o simpático pela flacidez peniana. A partir do estímulo, impulsos nervosos são gerados no cérebro e transmitidos ao pênis através da medula espinhal e dos nervos periféricos. Estes impulsos provocam o relaxamento dos minúsculos músculos lisos ao redor dos vasos sanguíneos dos corpos cavernosos do pênis. Isto permite o aumento do fluxo sanguíneo pelas artérias penianas que vão enchendo os corpos cavernosos até a distensão máxima da túnica albugínea. Quando isso ocorre, as veias localizadas abaixo desta túnica são comprimidas, diminuindo a saída de sangue e produzindo a rigidez peniana.
Na transmissão de impulsos nervosos para o pênis, participam diversas substâncias conhecidas como neuro-transmissores. Existem neuro-transmissores para a flacidez e para a rigidez do pênis. Recentemente descobriram-se substâncias responsáveis pela manutenção da rigidez do pênis, fato que permitiu o desenvolvimento de novos medicamentos para tratamento da disfunção erétil.
• Quais são as causas?
As causas deste distúrbio são divididas basicamente em dois grupos: (1) psicológicas e (2) físicas. Setenta por cento dos casos em pacientes jovens e 35% nos mais idosos são causados por alterações psicológicas. Estas são intimamente relacionadas com depressão e ansiedade, distúrbios que afetam o sistema nervoso autônomo simpático.
A disfunção erétil de origem física pode ser dividida, didaticamente, em quatro grupos: (1) alterações hormonais, (2) vasculares (arteriosclerose, traumatismos), (3) neurológicas (neuropatia diabética ou alcoólica, cirurgia pélvica e trauma de medula) e (4) medicamentosas (fumo, drogas, anti-hipertensivos, entre outros).
• Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico pode ser feito basicamente com uma consulta cuidadosa, na qual o paciente pode ser ouvido atentamente e preenche questionários para determinar índices de disfunção erétil. As avaliações psicológicas, acompanhadas de exames de sangue como dosagem hormonal de glicose, de colesterol e de triglicérides podem auxiliar o médico a encontrar a causa da disfunção erétil.
Muitas vezes, o médico pode realizar um teste de ereção fármaco-induzida.
Neste exame, uma substância capaz de produzir ereção artificialmente, é injetada diretamente nos corpos cavernosos, seguida de estímulos eróticos visuais (filmes, revistas, etc.) para avaliar a real capacidade física do pênis. Finalmente, testes de ereção noturna e exames ultra-sonografia do pênis podem ser necessários para completar a avaliação.
• Quais são os tratamentos?
Existem vários tipos de tratamentos para disfunção erétil, dependendo da causa. Alguns tratamentos podem restaurar completamente a capacidade de ter ereções como a psicoterapia, a reposição hormonal e a restauração vascular.
Outros podem oferecer artifícios, que resolvem satisfatoriamente o problema como o implante de prótese peniana. Finalmente, existem tratamentos que o paciente pode utilizar cada vez que deseja ter relação sexual, como medicações de uso oral, auto-injeções, medicamento de uso intra-uretral e dispositivo de vácuo. Cada um destes tratamentos tem indicação precisa e deve ser selecionado por um médico capacitado para não trazer complicações aos pacientes. Dificilmente um paciente portador de disfunção erétil deixa de ter o seu caso solucionado quando procura ajuda adequada nos dias de hoje.