Muitos adolescentes têm enorme dificuldade para escolher sua futura profissão. Independentemente das limitações atuais do mercado de trabalho, é complicado decidir hoje a área em que se vai atuar daqui a 5 ou 6 anos. Alguns já definiram sua preferência, mas a maioria ainda continua confusa. Parece que, quanto mais opções há, maior é a dificuldade de escolha.
Ajudaria muito fazer um autoquestionamento sobre a relação entre o tipo de personalidade e a sua correspondente área de estudo. Neste texto, subdivido as áreas em humanas e exatas, caracterizando as pessoas em mais sensíveis ou mais racionais.
As mais sensíveis, movidas por uma dinâmica mais emocional, devem procurar as áreas humanas, que podem ser:
• biológicas – se gostarem de doentes, de sangue, de cuidar dos outros e de ter afinidade para atender aos pacientes;
• psicológicas – se souberem ser empáticas, ouvir as pessoas, ajudá-las com seus problemas e ter bom senso;
• publicidade e propaganda – se tiverem sensibilidade e espontaneidade para criar, e gostarem de ler e escrever;
• arquitetura – se tiverem ao mesmo tempo criatividade, bom gosto e intimidade para lidar com espaços e formas;
• sociologia – se tiverem convicções políticas e sociais;
• antropologia – se desejarem buscar raízes familiares e históricas;
• direito – se gostarem de ler, escrever e souberem argumentar para defender causas e/ou pessoas;
• teatro televisão e cinema – se forem narcisistas e gostarem de representar outros papéis.
Quem possui características mais racionais que emocionais tem mais chances de se encontrar nas áreas exatas. Entre elas:
• mercado financeiro – se gostar de trabalhar com economia, administração de negócios e finanças em geral;
• engenharia geral – se gostar de cálculos e construção;
• computação – se gostar de informatizar a própria vida;
• comércio – se tiver “feeling” (tino comercial) para negociar.
Os profissionais liberais e empresários, por sua vez, são pessoas que têm a si mesmas como chefe. Precisam, principalmente, das seguintes características psicológicas: liderança, disciplina, auto estímulo, empatia, autoproteção e habilidade para o atendimento a clientes.
Apesar desta autoanálise, precisamos ter em mente que a escolha poderá mudar durante a carreira, porque o mundo está cada vez mais dinâmico e nossas buscas por realização também.
Infelizmente, o desencontro não é privilégio dos jovens. O mercado está cada vez mais apertado e competitivo, o que exige um conhecimento maior em assuntos diferentes e línguas estrangeiras. Hoje é muito comum pessoas acima dos 40 anos voltarem para a faculdade, tentando uma área nova ou complementar à sua.
O grau de insatisfação é muito grande. Após anos de trabalho e dedicação, amargamos a frustração de nos encontrarmos no início de tudo, com a consciência de que não somos nós os responsáveis por isso e, sim, a conjuntura econômica atual. O importante é estarmos atentos e abertos para estas mudanças internas, em qualquer tempo. O pior da insatisfação é a estagnação e a acomodação.
Flávio Gikovate – Psicoterapeuta