Especialistas dão dicas para cães e jardim conviverem em harmonia

É preciso ter paciência e disposição para ensinar as regras ao cão.

Conciliar dois amores tão diferentes quanto os bichos de estimação e um belo jardim nem sempre é tarefa fácil. Mas os especialistas garantem: com uma boa dose de paciência para lidar com o animal e um pouco de critério para escolher as plantas, ambos podem se desenvolver superbem juntos.

O primeiro passo é delimitar as áreas. Se houver espaço disponível, a melhor alternativa é reservar uma área exclusiva para o cão. “Muitos cães têm a necessidade de cavar, sobretudo os que vivem em regiões quentes, porque procuram lugares frescos para brincar”, explica a adestradora da Cão Cidadão, Juliana Nishihashi. A área pode ser delimitada com cerca de ferro ou madeira e planejada para ser atraente para o animal. Assim, fica mais fácil mantê-lo afastado do restante do jardim. “Brinquedos como garrafas pet vazias ou cheias de ração, bolinhas, cordas e ossos também estimulam o cão a permanecer no seu cantinho, sem avançar sobre o restante do espaço”, ensina Juliana Nishihashi.

Treino, treino e mais treino.
Em muitos casos, não basta só colocar barreiras físicas para impedir o acesso do cão ao jardim, é preciso ensiná-lo a diferenciar o certo do errado. De acordo com a adestradora, é sempre melhor recompensar o animal quando ele adota um comportamento correto do que puni-lo quando erra. “O dono pode utilizar uma guia para restringir o acesso do cão ao jardim e recompensar com petiscos sempre que o cão ficar na área considerada permitida, obediente e brincando com algum brinquedo dele”, sugere Juliana.

A guia deve ter o tamanho certo para permitir que o cão corra e brinque no gramado, mas sem chegar à área cultivada. “É como se o cão levasse uma bronca da coleira sempre que tenta acessar o jardim”, diz o adestrador Eric Gustavo. Durante o treino, o ideal é evitar deixá-lo sozinho e solto na área verde, até ter certeza de que ele entendeu a lição. Em caso de bagunça, só dê bronca se o animal for pego no ato. “Puni-lo após o feito não resolve”, ressalta.

Se o animal já fez um buraco num local impróprio, uma dica é preencher a cavidade com fezes do próprio cão e depois cobrir com terra. “Isto vai repeli-lo”, explica o adestrador. Só não use essa tática quando houver um canteiro de hortaliças por perto, porque as fezes podem contaminar verduras e legumes. Outra orientação que costuma evitar problemas é prender o cachorro na hora da jardinagem. Isso porque, ao ver alguém cortar as folhas e a cavar terra, o animal pode se sentir estimulado a agir da mesma maneira.

No mais, é preciso ter paciência até que os cães se acostumem com as regras, o que varia de um cachorro para outro. “Depende da raça, da idade, do grau de atividade do animal, entre outros fatores”, diz Juliana. De modo geral, quanto mais disposição houver dos donos para os treinos diários, mais rápido aparecerão os resultados.

Jardim amigo do melhor amigo
Na hora de montar o jardim também é importante pensar no bem-estar do cãozinho. Algumas espécies de plantas, apesar de bastante populares, são tóxicas e podem afetar a saúde do animal se ingeridas. Nesta lista estão a azaleia, o lírio, a coroa-de-cristo, o comigo-ninguém-pode, a costela-de-adão, o fícus, a samambaia, o antúrio, o copo-de-leite, a hortênsia e a espirradeira.

Também devem ser evitadas as plantas que, embora não ofereçam riscos, são atraentes demais para os cães. “Será difícil mantê-lo afastado de um miolo de bromélia, por exemplo, uma planta doce que os animais adoram comer”, diz a paisagista Erly Hooper. Espécies rústicas e espinhentas, como agave, iuca e cacto são resistentes ao avanço dos pets e boas opções. Para alegrar o jardim sem prejudicar os bichos, escolha flores como rosa, verbena, lilás, boca-de-leão, petúnia, begônia, cosmos e amor-perfeito.

Por fim, além da escolha das plantas, é importante avaliar com critério os produtos que serão utilizados na manutenção do jardim. Agrotóxicos devem ser evitados ao máximo, principalmente nas plantas às quais os animais têm acesso. O mesmo vale para granulados contra lesmas ou formigas, facilmente ingeridos e extremante tóxicos. Nesses casos, inseticidas naturais são as melhores soluções. “De qualquer forma, sempre que for usar qualquer produto diferente, evite deixar o cão solto logo depois da aplicação e, se possível, consulte o veterinário para checar que tipo de reação adversa pode ocorrer em caso de contato acidental”, aconselha Juliana.

 

Ellen Ramos – É jornalista, amiga e colaboradora do Cada Dia

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Pericles Ramos

Olá, sou Pericles Ramos, sou Terapeuta Familiar e Palestrante na área da Família, formado em Filosofia e Teologia. Há 27 anos, escrevo artigos para sites e apresento programas em várias rádios.

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