Embora já se conheça a natureza humana, ainda bem agressiva em virtude do instinto animal presente, e os comportamentos que chocam a percepção de quem assiste às notícias de guerra, terrorismo, criminalidade e raiva descontrolada, vale a pena compreender o outro lado desta moeda: o amor. Ele pode ser entendido a partir de uma ótica interessante: a sua origem divina e o seu desenvolvimento no cotidiano.
Pensadores consagrados de diferentes épocas expuseram alguns pontos de vista a respeito da essência de Deus encontrada no ser humano. Tomás de Aquino (1225-1274) descreveu acerca da justiça como algo essencial e parte da natureza humana. René Descartes (1596-1650), relatou que: “A idéia de Deus está impressa no homem, como a marca do obreiro em sua obra”. E na bíblia, em Gênesis 1:26, lê-se claramente a intenção de o criador fazer o homem à sua imagem e semelhança. E, retratando o amor, em Romanos 5:8, encontra-se: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.
Refletir acerca da evolução necessária ao homem é estar ciente dos fatos naturais e imprescindíveis para que a natureza humana se aperfeiçoe. Contudo, abrir o coração para participar desta especial trajetória, ampliará as chances deste objetivo. O amor divino presente em todos nós precisa ser exercitado diariamente. Ele está sempre disponível para ser praticado em qualquer situação, desde que haja consciência a respeito de sua verdadeira força e do poder de transformação nele existente.
Uma boa forma de avançar nesta direção é saber que convivemos com os dois lados: ódio e amor. Todavia, cabe-nos administrar este eixo com pontos tão distintos. É como em Provérbios: 10:12 “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões”. Na convivência familiar: tolerando, ensinando e exemplificando. Na vida profissional: respeitando, colaborando e amparando. Em diferentes situações, com pessoas estranhas: tendo paciência e compaixão, ouvindo-as etc. Mas isto é possível somente pelo exercício, cuja decorrência é a habilidade.
Lembrar que a essência de Deus está presente em nós, e que podemos acioná-la em nosso favor é bem motivador, além de elevar os sentimentos aos graus do bem-estar e da boa auto-estima. Quantas pessoas já se beneficiaram ao dar e receber o amor, transformando-se e colaborando na transformação do outro. Usar o poder do amor é uma meta a ser perseguida sempre. Leon Tolstoi bem define: “O verdadeiro amor não está nas palavras mas nas ações, e só o amor pode conferir-lhe a verdadeira sabedoria”. Esta força que provém de uma origem divina concede ao homem a ferramenta necessária ao bom convívio entre as criaturas. A força do amor está ai, use-a.
Armando Correa de Siqueira Neto – Psicólogo, consultor, conferencista e escritor. É mestre em Liderança. Amigo e colaborador do Cada Dia.