O modo como cada um de nós lida com as finanças reflete nossas emoções, ambições, valores e sentimentos de autoestima. Não por acaso a vida financeira das pessoas conta quase tudo sobre o modo como elas veem a si e aos outros.
O fato é que construímos as bases de nossa relação com o dinheiro até por volta dos cinco anos de idade. Atitudes que funcionaram na infância e levaram-nos a conseguir os resultados desejados foram, em boa parte, os responsáveis pela formação da mentalidade financeira que temos hoje.
Não é difícil, por exemplo, reconhecer em adultos mimados, que se comportam como se o mundo inteiro lhes devesse os favores de repetidos empréstimos a fundos perdidos, traços egocêntricos da criança que cresceu sem que ninguém impusesse limites ao seus desejos. Evidente que nada é tão definitivo em relação à falta de jeito para lidar com as finanças que não se possa, no decorrer da vida, consertar e aprender. Mas o ideal é receber, ainda criança, educação em relação ao dinheiro.
O problema é que como parte do carrossel de malefícios alimentado pelo período de inflação, ficou a ausência de uma educação financeira sólida na formação de muitos de nós. E, porque não aprendemos, precisamos agora esforçarmo-nos em dobro para ensiná-la a nossos filhos.
Cássia D´Aquino – Bacharel em História com pós-graduação em Ciência Política. Criadora e coordenadora do Programa de Educação Financeira em diversas escolas em São Paulo. Criadora e coordenadora do website www.educfinanceira.com.br