Levando em consideração que as crianças dedicam grande parte do seu tempo aos jogos e brincadeiras, cabe aos pais ou responsáveis proporcionar-lhes diferentes vivências, principalmente neste período de férias, pois brincando as crianças conquistam suas primeiras relações com o mundo exterior e entram em contato com objetos que permitem várias possibilidades de criação, exploração e expressão, assimilando gradativamente regras e padrões. Desenvolvendo, assim, algumas capacidades como a atenção, a imitação, a memória e amadurecem a capacidade de socialização.
Desde bebês comunicam-se através de seu próprio corpo que lhe oferece uma infinidade de sensações. Nos primeiros meses, bichinhos, chocalhos de várias formas e texturas e sons despertam os sentimentos. Até um ano os brinquedos de empurrar e andar acompanham a aventura dos primeiros passos.
A partir dos dois anos a coordenação motora já permite chutar, pedalar, dançar… Com essas brincadeiras aprendem a utilizar objetos, a coordenar seus movimentos tornando-os mais precisos. Jogos de encaixe, montar, empilhar auxiliam a criança a dominar progressivamente o mundo material desenvolvendo confiança e autonomia.
A expansão do movimento e a coordenação motora continuam agindo como fator de autoconhecimento até os cinco anos onde correr, pular, jogar bola reforçam a autoestima da criança. Ao brincar ao ar livre, há um jeito especial de desenvolver o corpo, soltar a imaginação e socializar-se, pois neste espaço há um verdadeiro laboratório de desenvolvimento físico, social e emocional. As crianças dão vida as suas histórias e imaginação. É com outras crianças que se sentem mais a vontade para expressar seus sentimentos. Através da brincadeira aprende a viver, a dar e receber, colaborar, ganhar e perder. A criança tem prazer nas atividades livres. Ela precisa usar sua energia, precisa ter espaços diferenciados de vivências e principalmente oportunidades em experimentar o novo.
Para Champagne, (1989), a brincadeira infantil possui diferentes funções: é o suporte do jogo mediador que permite a criança testar situações da vida real ao seu nível, sem riscos e sob seu controle. O brinquedo proporciona que a criança descubra pouco a pouco suas próprias capacidades de compreensão.
No faz de conta às crianças aprendem a agir em função da imagem de uma pessoa, uma personagem, um objeto, de situações da vida cotidiana, não se tratando de imitação, pois ela modifica a realidade sobre os fatos e representa a realidade acreditando poder influenciar sobre os fatos e representa a realidade como ela gostaria que fosse substituindo e corrigindo momentos desagradáveis. Através do faz de conta dão liberdade à imaginação, colocando em prática suas fantasias sem a intervenção direta do adulto.
À medida que o interesse da criança se aproxima da realidade o jogo torna-se mais construtivo e ela encontra prazer em realizar uma atividade e alcançar um resultado. Gosta de executar tarefas com massa de modelar, tintas, recortes, jogos de encaixe… Os pais ou responsáveis, observando os interesses que surgem, podem provocar novos estímulos para a compreensão do mundo. O brincar pode ser uma maneira prazerosa de experimentar novas situações e assim compreender, mais facilmente o mundo que a cerca. Devem ter consciência de que o que esta acontecendo à criança, enquanto ela brinca ou joga, é mais importante que o produto final. A criança trabalha de forma criativa, e aprende enquanto brinca, e para ser criativa precisa de espaço, materiais, liberdade, e experiências diversas.
O brincar é o grande segredo para garantir estímulos positivos ao desenvolvimento das crianças. Ela deve ter liberdade para fazer suas escolhas e brincar com o que desejar, mas o importante é proporcionar atividades em que pais ou responsável participem, ativamente, destes momentos . Lembrando que a escolha das brincadeiras ou jogos não se da apenas pelo gosto, mas pelas necessidades de cada fase do desenvolvimento.
Márcia de Almeida Moura – Pedagoga
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