Se é bom para adultos, imagine para crianças. A companhia de um animal doméstico garante um rico aprendizado de vida aos menores, além de favorecer a autoestima e o rendimento escolar. De acordo com Rúbia Burnier, crianças que convivem com animais geralmente são mais calmas e menos assustadas, “Brincar com o bicho e aprender a cuidar dele são experiências ricas e muito importantes para seu desenvolvimento”, explica. Veja agora outros benefícios:
SEGURANÇA AFETIVA
O animal acaba com a solidão, sentimento que manifestamos desde o momento em que saímos da barriga da mãe. Um cãozinho, por exemplo, é um amigo que vai acompanhar a criança em todos os momentos.
APRENDIZADO
Observando um animal, seu filho vai compreender os ciclos da vida, envolvendo o nascimento, o desenvolvimento e a morte dos seres vivos. Isso funciona como uma espécie de treinamento, preparando as crianças para as perdas inevitáveis que sofremos durante a vida.
ESTABELECENDO LIMITES
Percebendo que o cão ou gato tem lugar específico para fazer suas necessidades, horário determinado para comer e locais que pode ou não frequentar, as crianças passam a ver que existem regras para todos, inclusive para ele.
CADA UM É UM
Cada bicho tem sua personalidade. Mesmo cães da mesma raça agem diferente um do outro. Frente a essa experiência, a criança vai percebendo que cada ser tem um comportamento, assim como as pessoas. Além disso, ela se dá conta de que as relações mudam. O animal pode agir de um jeito com ele e de outro com o irmão, por exemplo.
Porém é preciso cuidado ao escolher o melhor companheiro para elas. Se seu filho é asmático, por exemplo. Evite animais com pelos, principalmente gatos, para não agravar as crises. Prefira peixes ou tartarugas. “Mas, se a criança já tem seu gato de estimação, não tem jeito. Mandá-lo embora pode até piorar a situação e interferir no comportamento emocional da criança”, orienta o pediatra Carlos Augusto Quadros, de Santo André.
Jairo Cartum, médico responsável pelo setor de oncologia pediátrica da Faculdade de Medicina do ABC, lembra que os animais facilitam o bem-estar emocional das crianças portadoras de câncer, minimizando o sofrimento causado pelo árduo tratamento. “Mas é preciso uma série de cuidados em relação à higiene desses animais, que podem transmitir doenças aos pacientes imunodeprimidos com câncer”, salienta.
FIQUE POR DENTRO
CÃES
São, sem dúvida, os mais procurados, justamente porque interagem muito com seu dono e demonstram afeto incondicional. Existem mais de 200 raças, com características diferentes. Busque orientação junto a profissionais especializados para definir a raça mais indicada para seu caso. Vivem em média 14 anos e crescem junto com as crianças.
GATOS
São mais independentes, gostam de fugir e, por isso, precisam ser castrados. Mas podem ser bons companheiros também, principalmente os filhotes, que adoram brincar. Vivem, em média, 16 anos. São extremamente limpos, pois cuidam da própria higienização (tomam banho de língua). Com seus movimentos lentos e elegantes, transmitem muita calma.
PASSARINHOS
São belos enfeites e uma ótima distração. Seu ciclo de vida é rápido e, com isso, a criança vai poder assistir nascimentos e acasalamentos e aprender a aceitar as perdas. Chegam a viver um ou dois anos.
PEIXES
Cuidar de um aquário é bastante trabalhoso. É preciso limpar regularmente, controlar a quantidade da água, separar mães de filhotes ou raças que brigam entre si. Além disso, não devem ser alimentados pelas crianças, pois são capazes de comer até se empanturrar e morrer. Também é essencial cuidar para que elas não façam do aquário um tubo de ensaio, jogando qualquer coisa em seu interior.
HAMSTERS, FURÕES E COELHOS
São lindos, mas não gostam de colo e costumam reagir com mordidas e gestos bruscos. Ficam facilmente estressados quando manipulados e podem morrer sem mais nem menos nas mãos das crianças, o que é uma experiência traumática.
Revista Coop – Ano XXIV – Nº 227 – JANEIRO/2003