Pense bem antes de responder, pois, segundo os psicólogos, a forma como você administra o dinheiro pode dar inúmeras pistas sobre sua personalidade. Se você é consciente de que o salário deve, em tese, durar até o final do mês, não há com que se preocupar. Sinal que uma de suas características é o equilíbrio. Mas os que torram a grana compulsivamente pelo gosto de gastar, sem pensar nos compromissos financeiros assumidos, devem tomar cuidado. Talvez seja hora de buscar ajuda de um profissional (e não do agiota) para não se afundarem ainda mais num mar de dívidas.
COMPRA POR IMPULSO
O extrato bancário revela muito mais do que créditos e débitos. No nosso relacionamento com o dinheiro, existe uma rede intricada de emoções que pode complicar a vida emocional – e financeira – de qualquer um. Quem sabe muito bem disso são os portadores da oniomania, doença dos que não conseguem controlar o impulso de consumo. Eles não compram por modismo, status ou necessidade, mas pelo simples prazer de comprar.
A oniomania é um transtorno tratado com psicoterapia e medicação antidepressiva, quando necessária. Mas a maioria só busca tratamento quando se vê à beira da falência e, na maioria das vezes, atingindo toda a família. Os oniomaníacos chegam a contrair dívidas de até 10 vezes a sua renda mensal. Imagine o que isso pode gerar de problemas pessoais e familiares. Quando não têm dinheiro para satisfazer o impulso, alguns chegam ao extremo de passar cheques sem fundos, aplicar golpes ou até roubar para satisfazer sua compulsão.
0 OUTRO LADO DA MOEDA
O tipo oposto também existe. São pessoas que têm enorme dificuldade em gastar, levando fama de avarentas, sovinas, mãos-dc-vaca. Vivem rodeadas de extratos bancários e saldos da poupança, contando e recontando cada tostão da carteira. Segundo os estudiosos do comportamento humano, o contato físico com dinheiro garante ao sovina uma satisfação semelhante à do alcoólatra quando toma o primeiro gole. O desejo de ter e não perder toma o pão-duro uma pessoa controladora e com extrema dificuldade de dar, conceder ou compartilhar, seja bens materiais ou afeto. Costumam reter objetos, pessoas e sentimentos. “A personalidade do avarento é retentiva”, assegura a psicóloga Aparecida Malandrin Andriatre.
ONDE PROCURAR AJUDA
Se você gasta além da conta, saiba que não é o único. Muita gente tem buscado os Devedores Anônimos para aprender a controlar seus impulsos. Trata-se de uma entidade que funciona nos mesmos moldes dos Alcoólicos Anônimos. Nas reuniões semanais, os participantes discutem seus problemas pessoais, que os levaram a lidar mal com o dinheiro e a gastar demais. Para cada caso, encontram uma forma de superar o problema. “Tenho dois anos de D.A. e posso dizer que estou mais controlado”, disse um dos membros, viciado em esbanjar dinheiro, principalmente em gorjetas. “Fui a uma pizzaria no fim de semana e dei apenas RS 2,00 de caixinha ao manobrista e outros RS 2,00 ao garçom. Em outras épocas, teria desembolsado 10 vezes mais”, explicou.