Segurança da criança e do adolescente – Parte 2

Todos os dias milhares de crianças e adolescentes surfam pela World Wide Web e a cada um cabe escolher aquilo que deseja ler, ver ou ouvir, não se controlando e nem é possível fazê-lo, a qualidade de tudo que é publicado.

As crianças podem desfrutar de grandes benefícios ao usar a rede como uma rica ferramenta educacional e também de lazer sadio, mas são justamente elas, por serem crédulas e curiosas, as presas mais fáceis de criminosos e exploradores de toda sorte.

Os adolescentes, entretanto, muito mais que as crianças menores, constituem um grupo de risco particularmente importante visto estarem expostos a discussões online, onde buscam relacionamentos e atividade sexual, além de terem uma supervisão muito mais difícil. A falsa sensação de segurança que o anonimato propicia faz com que os diálogos frequentemente se tornem mais pessoais e íntimos do que se tornariam numa conversa face a face com um estranho.

O fato de que centenas de crimes têm sido cometidos online não constitui razão suficiente para impedir o acesso de crianças à rede – elas irão usar e muito as suas habilidades no computador em todas as atividades do futuro -, parecendo ser uma estratégia muito mais interessante e eficaz instrui-las quanto aos benefícios e perigos que o cyberspace oferece, do mesmo modo que se ensinam medidas de segurança para aquela que vai à escola ou simplesmente brincar na rua.

A facilidade de acesso à rede tem aumentado rapidamente sendo muito grande o número de provedores, entre os quais as companhias telefônicas e de TV a cabo se incluem. Mesmo que uma família não tenha computador em casa, suas crianças terão oportunidade de acessar a Internet na escola ou na casa do vizinho. O acesso é até mesmo gratuito nos dias de hoje, permitindo antever a enxurrada de informação não solicitada que estará por vir, atendendo exclusivamente a interesses econômicos, independentemente do mal que possam causar. Brevemente ao se comprar um aparelho de televisão, ele já virá com o acesso à Internet incorporado.

Os principais riscos a que as crianças estão expostas ao surfar pela Internet são:

  • Exposição a material inapropriado: sexual – milhares de fotos, vídeos mostrando toda sorte de perversões-, violento, odioso, que encoraje atividades perigosas ou ilegais, ideológicos, vulgares etc.
  • Agressões físicas: a criança pode passar informações online que coloquem em risco a sua segurança assim como a de sua família, por exemplo, fornecendo dados pessoais como seu nome, colégio onde estuda, endereço, profissão dos pais, características de sua casa, marcando encontros etc.
  • Legais e financeiros: há também a possibilidade de cometer crimes como realizar compras – de passagens, bens de consumo etc. – com o cartão de crédito de outra pessoa, movimentar aplicações e contas bancárias, participar de leilões, jogar em cassinos virtuais, invadir sites sem permissão etc.
  • Oportunidade de experimentar jogos extremamente violentos e inclusive de fazer download de versões para demonstração.
  • Exposição a uma comunidade praticamente infinita, incontrolável: embora a maioria das pessoas navegando pela Web seja bem intencionada, muitos não o são, podendo tratar-se de ladrões, assassinos, pedófilos, traficantes e usuários de drogas, membros de seitas e ordens diversas, de gangs, que exploram a violência, o sexo, o jogo, as drogas e os vícios em geral.

É importante conhecer a atividade dos pedófilos no Brasil e na rede: trata-se de homens e mulheres, pertencentes a todas as camadas sociais, que colecionam materiais pornográficos – vídeos, fotos, revistas etc. – produzido com crianças e os utilizam para ajudar na sedução de suas vítimas, fazendo-as crer que o que está sendo proposto é aceitável; sempre trabalham discretamente e muitos exercem atividades que os colocam naturalmente dentro do mundo infantil.

Crianças na mais tenra idade têm sido envolvidas e até mesmo o estupro de crianças ao vivo já foi transmitido pela Internet. O assunto é muito importante e tem despertado interesse em todo mundo.

Concernente aos jogos violentos, desde há alguns anos são conhecidos os seus efeitos nocivos, existindo algumas centenas de trabalhos comprovando o fato. A técnica neles empregada é a mesma usada para treinamento de soldados. Ela faz com que o jogador torne automática a sua resposta violenta, com pouca participação cerebral.

A mera leitura destes itens pode levar os pais a proibir que seus filhos usem a Internet, entretanto, estes riscos estão presentes no dia-a-dia de todos, dentro ou fora dela e, nem por isso, o mundo acabou, existindo, porém uma grande diferença, este novo universo está agora ao alcance de todos, ele foi trazido para o interior dos lares.

Se for verdade que as crianças aprendem o que vivem, cabe a atual geração se perguntar em relação aos seus filhos – se eles vivem continuamente a violência, o que estarão aprendendo?

Os pais devem estar atentos a alguns sinais de alarme que podem sugerir o uso indevido da Internet:

  • Uso excessivo, especialmente em altas horas da noite;
  • Uso de chat – salas de conversação – sem moderadores e sobre temas obscuros. Estas salas de conferência oferecem grande perigo por expor a criança a trocas não desejadas e imprevisíveis;
  • Download – baixa para o computador – de grande quantidade de arquivos de figuras, provavelmente, pornográficas;
  • Encontros com pessoas estranhas sem uma explicação razoável.

Outras evidências podem levar à suspeita de que uma criança ou adolescente possa estar sofrendo alguma forma de abuso, aqui entendido como qualquer forma de maltrato físico, emocional ou sexual – como o aparecimento de:

  • Agressividade excessiva;
  • Marcas de chupadas e mordidas auto-infligidas;
  • Compulsões, fobias e crises histéricas.
  • Distúrbios de fala e de sono;
  • Sentimentos negativos em relação a si próprio;
  • Faltas à escola;
  • Comportamento destrutivo;
  • Dificuldade em permanecer sozinho em companhia de algumas pessoas;
  • Mudanças súbitas de personalidade;
  • Utilização de termos pouco usuais ou novos nomes para partes do corpo.
  • Queda abrupta de rendimento escolar;
  • Lembrar que alguns destes sinais e sintomas ocorrem em outras situações como em usuários de drogas, por exemplo.

O que os pais podem fazer:

  • Ensinar aos seus filhos os riscos que eles correm usando a Internet, ao marcar encontros com desconhecidos, ao fornecer informações pessoais, ao frequentar salas de conversação etc.
  • Navegar juntamente com eles, orientando-os sobre aquilo que está acontecendo e para isso é necessário que se interessar pela Internet e parar de achar que ela é coisa para a nova geração;
  • Manter o computador em uma sala de uso comum da casa, limitando o tempo de sua utilização;
  • Controlar o tempo que seus filhos passam online;
  • Verificar por onde seus filhos têm passeado quando estão sozinhos, o que pode ser feito consultando o histórico de acessos.
  • Escolher um provedor que ofereça recursos para bloquear áreas não desejadas;
  • Conhecer e instalar softwares que permitem controlar e limitar o acesso a sites inconvenientes.
  • Considerar compartilhar o seu e-mail com seus filhos;

Regras básicas para os filhos:

  • Nunca fornecer a sua senha para outras pessoas conhecidas ou não;
  • Jamais revelar informações pessoais como seu nome, onde você mora ou os nomes de seus pais e irmãos, o número do seu telefone e qual é sua escola;
  • Jamais enviar fotografias suas ou de sua família a desconhecidos através da Internet;
  • Não dar prosseguimento a conversas que o façam sentir-se desconfortável ou que se tornaram demasiadamente pessoais. Informe seus pais se isto ocorrer;
  • Informe-os também se receber comunicações ameaçadoras ou com linguajar baixo;
  • Nunca concordar em se encontrar com alguém que você conheceu através da Internet sem o conhecimento de seus pais.
  • Não aceitar produtos ou oportunidades oferecidos através da Internet.
  • Nunca preencher cadastros online – questionários com informações pessoais – sem a aprovação de seus pais;
  • Lembrar-se de que as pessoas na Internet podem ser qualquer um, em qualquer lugar e que nem sempre são o que e quem dizem ser;
  • Cuide de você e de sua família.
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Pericles Ramos

Olá, sou Pericles Ramos, sou Terapeuta Familiar e Palestrante na área da Família, formado em Filosofia e Teologia. Há 27 anos, escrevo artigos para sites e apresento programas em várias rádios.

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