Depois dos 50, particularmente na época da aposentadoria, sintomas como apatia, conformismo, depressão, sensação de vazio e inutilidade sinalizam para a chegada de uma crise. O que fazer? É a pergunta mais frequente. Mas essa fase não é, necessariamente, um beco sem saída, reafirmam especialistas no envelhecimento.
As psicólogas Márcia Stocker Pinto e Maria Teresa Milagres trabalham diretamente com pacientes que apresentam problemas quanto à chegada da aposentadoria. Autoras do projeto Travessia A Cena Que Muda, desenvolvido pela PUC do Rio de Janeiro, elas tentam provar que, com boa dose de otimismo e alguma determinação, é possível passar por esse período turbulento e superar as fissuras.
O dilema que se instala tem duas vias. O que fazer com o tempo depois da aposentadoria e o que fazer para retornar ao mercado, caso a opção seja por continuar trabalhando.
No primeiro caso a escolha é pessoal. No segundo, a recomendação é cautela. É preciso que essas pessoas pensem sobre o que devem fazer para voltarem ao trabalho. “O mercado quer o idoso para ganhar menos, ou servir ao trabalho comunitário. Se você entrar numa de rolo compressor, trabalhar só por trabalhar”, não dá certo, explica Maria Teresa.
“Uma das propostas do projeto Travessia é ajudar os pacientes a descobrir a possibilidade de novos caminhos. É fundamental que acreditem neles mesmos, em seus potenciais. Por isso trabalhamos suas autoestimas”, diz Teresa.
“Com uma boa autoestima, é bem mais provável ter motivação para agir. É hora de observar aspectos quanto às modificações nas suas relações de trabalho. Redimensionar suas capacidades de relação e se desenvolver como pessoa, descobrindo através da criatividade, um novo projeto de vida. Recuperar projetos abandonados. Desta forma, há mais tranquilidade para o planejamento do processo de mudança”, finaliza Márcia Stocker.
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